sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A raiva me roubou do leito

Depois de parado por tanto tempo, tudo o que eu tenho hoje é um caderno meio velho, com versos meio velhos nas páginas últimas, onde minha verve se encharca de raiva. O perfume vertido de meus angustiados dedos agridem as narinas líricas e críticas, se é que ainda existem neste antro de insensibilidade em meio a macacos repetidores de clichês taquiloquentes. Nunca eu quis tanto colocar mordaças no cotovelos insossos das mulas "pós-moderninhas". Eu só não vomito porque quase não me alimento mais. E, antes que digam que voltei, eu vos digo que nunca fui, quiçá nunca existí. Voltei porque o jeito que a tristeza me invadiu foi desrespeitoso e avassalador, e agora acabou-se o sossego. Me volto às palavras com o intuito de expurgar demônios antigos gritando dentro da minha cabeça com a calma exterior aparente de um canceriano. Lacaios ignotos e ensoberbecidos de seus feitos sentirão o rasgar de minha pena nas suas peles mimadas com cremes hidratantes. Cérebros cegos e com a síndrome vigente de insipidez absorvida de seus pais republicanos e facistas, crianças de prédio vestidas de medo e pseudocultura rasa, ideologias baratas e fracas das pernas vao se bulir pra fugir, de novo. É você! É de tí mesmo que eu falo, você que me olha de baixo, sentado, levando no rabo sem perceber, e gostando. Subserviente à minha vontade, a zuada voltou, agora amplificada, com um baque mais duro, e com raiva de ti.

2 comentários:

  1. A delícia do experimentar teus escritos e de te enconter nalguma esquina dessa cidade de mortos. A, eu adoro isso, Eu adoro aquilo. Mas eu gosto mesmo é de entrar aqui e encntrar tua fala megafonizada.

    xeiros

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  2. Amei o teu blog, li quase todo, rs. Estou seguindo, beijo.

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